Fui ao Cirque du Soleil.
E já espero que regresse, porque também voltarei.
Antes de entrar no chapiteau não me saía da cabeça um episódio memorável (como todos) do South Park em que "um" certo Cirque modernaço chegava à cidade, e que de tão pateta e abichanado como rentável levava os protagonistas a decidirem fazer eles também o seu para ganhar algumas corôas fáceis...
...Mas à saída fazia eu já parte da grande claque global do Soleil.
Mas - disparates à parte - o Cartman, o Kenny, o Kyle e o Stan estavam certos em duas coisas. Na máquina fabulosa que se adivinha por detrás do espectáculo e na sua desconcertante fachada de simplicidade.
...E criar ao vivo beleza a partir de recursos tão básicos?
Como foi possível a alguém conceber uma extravagância técnica como o Quidam para um espaço assim?
Como foi possível antecipar o sucesso de tal intersecção do circo com a representação, com a coreografia, com a música, com o canto?...
Num espectáculo tão emocionante na sensibilidade como no riso?
Quidam parte de uma realidade que é a nossa: encarreirada, de duas dimensões, impassível, confortável mas dolorosa, convidando à viagem, ao absurdo, a outra coisa, a perdermo-nos, diferentes e maiores.
Através da metáfora da criança que o consegue....
Quão longe vai o circo da minha juventude, do terreiro poeirento, do palhaço enfarinhado, da bosta de leão sonolento, do número de magia que cansava perscrutar.
Se calhar é o tempo que passa.
Se calhar somos nós que crescemos.
Se calhar é só injusto.
Hoje a viagem faz-se de outras maneiras.
E esta é definitivamente uma delas.
1 comentário:
Boa Tarde
Agradeço a sua visita e o comentário que lá deixou. Em primeiro lugar gostava de lhe dizer que os sete leitores assíduos do blog são razão mais do que suficiente para se contiunuar a escrever. Isto não é ao quilo e os anunciantes não nos pressionam com as audiências.
Sobre o Alberto João Jardim, como pode reparar está nos meus antípodas. Tenho sobre a personagem, sobre as suas práticas e sobre a sua relevância uma opinião muito distinta da sua. Achei muita piada ao abaixo-assinado, porque nem do ponto de vista organizativo ele poderia ser levado a sério. Pelos vistos aquele nome correspondia a um militante que existia mesmo, mas nem todos os nomes que lá estão são assim. Até o Marquês, que é uma personagem ficcionada, de seu nome António Câmara e Sousa, enviou a sua assinatura para o tal abaixo-assinado, com número de militante inventado e tudo, foi aceite. É o assinante 113 ou 103.
Fico muito satisfeito de por este contacto ter conhecido mais um blog animado por um conterrâneo e colocá-lo-ei na barra dos outros palácios a visitar.
O Palácio do Marquês é um blog para o qual contribuem vários colaboradores, uns de forma mais assídua, outros de modo mais intermitente. Todos os textos são arrumados por uma das três personagens. É um passatempo, mas com valores éticos. Como o seu nome foi lá referido, associado a um comentário feito por mim, esteja à sua vontade para me remeter um texto sobre a sua posição, que será publicado com outro destaque do que aquele que se obtém pelo comentário num post antigo que já ninguém lê.
Obrigado
Enviar um comentário