19/05/07

Imagens de perfeição

E volta e meia lá aparece ele. O gigantone do Bruno Nogueira.

...E não me refiro à campanha para o Millenium-BCP, em que explica como ninguém, com a sua graça singular, que o banco dá asas aos jovenzinhos para que se possam endividar até à crista da moleirinha como fazem os grandes.

Falo da campanha da Superbock Sem Álcool.

Ele anda na praia, ele anda de autocarro turístico, ele anda espojado pelo chão da sala, ele anda de limosine, ele anda empicoitado num poste dos telefones, ele anda numa jangada...
É só rir, esta galeria de humor!

Aliás, basta aceder ao site da Superbock para começar logo o humor.
...Naquele ponto em que é perrguntado ao internauta se não preferirá o acesso em "English", em "Español" ou em "Angola".

...Ou naquele outro em que o acesso ao pecaminoso site é bloqueado a menores por um sofisticado processo de validação de idade em que o internauta responde à pergunta se tem "mais de 16 anos" ou não.

Mas é a vertente televisiva que me anda a dar urticária.

Sob a capa do cumprimento de uma legislação da publicidade que é esburacada e permissiva, estes clips publicitários passam em qualquer canal a meio da manhã, da tarde ou da noite.

A qualquer momento do dia televisivo, lá está o "humorista" a papaguear que é "peeeerfeita!" a cerveja que foi pago para vender. Numa campanha extremamente agressiva no número de hits por hora.

É que tenho para mim que aqueles espectadores que pela idade a legislação publicitária pretende proteger de certos anúncios a horas inapropriadas não devem ser muito sensíveis à subtileza da cerveja "com álcool" ou "sem álcool".
Digo eu.

Numa campanha competitiva - a Superbock não pretende de forma nenhuma perder a primazia das vendas de volta para a Sagres!! - que visa como todas arrebanhar e fidelizar bebedores.
Que no "álcool" ou no "sem álcool" serão sempre muito bem-vindos!

A próxima campanha inofensiva já idealizada nestes moldes é a da Marlboro. Com a Floribella. Com vários clips televisivos promocionais, transmitidos a qualquer altura do dia ou da noite..
Como por exemplo a menina desgrenhada, uma manhã, deitada numa cama de casal desfeita, de cigarro na mão; a menina de cabeça enfiada na sanita da casa de banho de uma discoteca, de cigarro levantado numa mão, como Os Lusíadas salvos a nado; ou a menina ao volante sem cinto nem mãos na rodela, a falar ao telemóvel e a comer uma sande de torresmo com a mão com que segura um cigarro com a ponta de dois dedos.

Ponto em comum, o slogan: "É peeeerfeito, o tabaco Marlboro à base de erva cidreira!".
...Mais a tentativa de fazer a Floribella passar por menina - como outros passarem por humoristas.

3 comentários:

dia-a-dia disse...

Ai, Pedro, Pedro!... Se não és tu a pensar por nós...

Estiveste tão bem!

;)

Anónimo disse...

A graça sem comédia

Anónimo disse...

olá...

pois... eis algo que por aqui tende a desaparecer, ver televisão.

por isso, por aquilo, por tudo, que se resume, no fundo, à falta de respeito pelos teles que financiam a sua própria condenação quando se pensa na má influência que tem sobre os nossos mais pequenos.

parabéns por este post... e pelo já 1 aninho de existência.

foi bom ter voltado aqui.

beijo

AM