A noite avança e a cama chega.
A contragosto mas paciente.
O xixi, os dentes, o pijama, o chocapic afectivo a destempo e redundante.
...E a historinha.
Hoje, uma historinha aleatória já repetida. Como já todas.
Um livro veterano de distantes guerras, sobre as vozes dos animais. Mas acolhido sem reservas.
...Historinha embelezada por precaução, aqui e ali, com uma curiosidade, um comentário e uma graça lançada pelo pai leitor - com sucesso, diga-se....
A certo passo, pergunta o livro "E a ti, o que te faz rir?"...
Inocentemente, os olhos do leitor brilharam, e a única resposta possível acendeu-se na sua mente:"As histórias do papá!" Claro! Evidente.
Os olhos do M. suspenderam-se. Em pensamento. (Em perfeitamente desnecessários segundos de reflexão.)
...Até os seus lábios montarem primeiro um sorriso e depois começarem a articular a resposta.
"Brincar com a S.L.!" ...E os seus olhos iluminaram-se de plenitude.
"Quando andamos a correr na escola" - com a mímica correspondente e um fluxo de pormenores inabalável.
Inocente e desenganado, o pai leitor sorriu também. Solidário no momento de celebração.
Não podendo deixar de pensar para si: "Reposta certa!". Como sempre o seria.
Fútil o ganho de uma vitória, quando comparado com um triunfo de seis anos incompletos sobre a vida triste.
Um preço certo.
24/05/07
O preço certo
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