31/08/06

Incensatos *

(* Eu sei que não é assim que se escreve, mas o [pouco] efeito cómico o exige!...)

Era uma vez um consumidor que foi ao Continente e pela primeira vez na vida parou por segundos na área "dietética e Cª.".

Entre chás e chazinhos, cujos nomes me trouxeram à memória carinhosas lembranças da minha experiência de aldeia, encontrei uma tal coisa chamada "Incenso em Grão"...

Bem, tanto eu percebo de incensos como de Castanha da Índia, Espinheiras ou Carquejas...
Mas o rótulo saltou-me à vista.

Primeiro, por ter um (outrora) texto de instruções adequadamente cortado por um código de barras, que sobrepondo-se-lhe quase totalmente o ocultava.
Depois, por ter um segundo texto, impresso com a mesma tinta do tal código barrador, que rezava o seguinte:

"Não tomar. Usar apenas sob prescrição de um profissional qualificado." (!!!!)

...O quê?! Não tomar!? Usar sob prescrição?!
É que este expositor encontrava-se mesmo ao lado de uma daquelas (quase) farmácias de hipermercado que apenas vendem medicamentos sem necessidade de prescrição!!

Pretendi falar com o responsável da secção. Consegui-o. Ouviu-me. Concordou no absurdo e diligente retirou todos os sacos do "Incenso em Granulado" do expositor. Agradeceu-me a diligência. E prontos...

De vez em quando, quando por lá perto passava, deitava o olho à fileira do Incenso para ver se o magano lá teria voltado. Mas nunca mais.
Até hoje.

Hoje, lá estava ele.
Incensado e granulado, a gritar com aquela vozinha exótica: "'Tou aqui, comprem-me, levem-me para casa... mas não me usem sem prescrição de profissional qualificado!"

Chamei a responsável: "Blábláblá, houve uma troca de pessoal, blábláblá, tem toda a razão, blábláblá, obrigado, blábláblá, vou já tirar!" - e tirou.

Até quando?
Certo certinho é que paciência tem limites, o avião nem é meu e para a próxima - como fiz questão de referir - a DECO que trate deles.

(A seguir fui jantar e bebi um Ice-Tea de pêssego. Parece que o de Incenso estava esgotado...)

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