15/03/07

O elefante

Valentim Loureiro.
Um nome que evoca muitas coisas boas.

Uma delas é ir mesmo a julgamento, pela singela soma de" 26 crimes de corrupção activa na forma de cumplicidade e um crime de prevaricação".

Não lhe desejo que seja condenado porque não lhe conheço a culpa. Mas desejo-lhe sobre o lombo todo o peso da lei que a apuração das suas culpas considere devido.

Este paquiderme da sociedade - não do desporto, nem da política, mas da sociedade - representa o que de piorzinho nós temos para dar e para consumir na lareira doméstica das nossas mezinhas do futuro.

Não se lhe reconhecem tantas obras na terra quanta a basófia com que se passeia por uns media que o querem a passear, para uma população que vota e revota nele para que se passeie, numa impunidade grosseira que só uma espécie de líder partidário - o seu - quebrou, ao fazê-lo concorrer como independente em Gondomar.
(Veja-se bem ao que isto chegou. Quem são os guardiões da virtude desta terra!...)
Mas vai vencendo.
Vencendo de tal forma que a dada altura não se percebe se vence o País, se vence com o País o conjunto dos que o recusam.

Este vencedor nato, fatal símbolo do homem português de hoje, vai a julgamento.

Parece que o PS de Gondomar exigiu a sua suspensão de mandato. (Patética manobra - ainda que adequada - no meio de tanta imundície.)
Mas também parece que o senhor major não está nada para aí virado.
E como não? Se o cavalheiro não se rege pelas regras da decência da generalidade dos cidadãos... Qual o espanto?

O que é desgostante é que uma manada de bestas imundas neste País - repito: não sei se o cavalheiro será condenado pelos crimes de que está acusado... - continuem impunemente a passear-se.
A passear-se.
Por aí.
E que haja já muitos aprendizes de alimária que lhes anseiam o patamar ou que estão há muito em estágio para ele.

Vasculhe-se. Cave-se. Desmonte-se. Puna-se. Para ver se pouco a pouco a vergonha de pertencer a uma certa parte deste País nos vai aliviando os ombros.

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