07/03/07

OMNIS HOMO MENDAX

Está aí a mina de ouro.


Com olho para o negócio, um americano criou uma empresa de mentiras.

A quem se veja em papos de aranha por qualquer motivo, a Alibi Network encarrega-se de corroborar uma história, de validar uma versão, de documentar uma desculpa, de forma a pelo menos toldar verdade e mentira numa mescla de verosimilhança ou probabilidade.
Ficaram para trás os dias solitários em que esgalhar uma simples mentira era um tormento logico-criativo sem qualquer garantia de sucesso.

Hoje, sem maior custo que o pecuniário, a tarefa está simplificada.
A mentira ganha perna forte para correr e com ela o mais crónico dos mentirosos.

Claro que há os que se bastam com a prata da casa.
Os que só usando os meios do costume lá chegam sem modernices.

É ver o que por exemplo se passa cá em casa com o despede-não-despede, perde-não-perde na Função Pública e o desfile nos jornais.

Enquanto uns dizem que sim, outros dizem que não. Uns que muda, outros que fica na mesma.
Como se dependesse da "interpretação" jornalística.

Seria interessante ver ao pormenor como jornais explicam que "
o Governo não vai permitir despedimentos na Administração Pública", que "fica tudo na mesma", e ao mesmo tempo que os funcionários públicos podem ser despedidos "com dois anos de desempenho negativo", que "o salário se mantém, mas a posição na carreira desce", ou que "se a carreira deixar de existir, o trabalhador é colocado na nova carreira ou categoria na posição remuneratória cujo montante seja o imediatamente inferior” recuperando "no ano seguinte".
Parece que “o PRACE está atrasado”. Se algum dia chegar a ser alguma coisa...

Desculpas?, versões?, histórias?
Pouca clareza, para dizer o mínimo.

É que o mais engraçado, é que o "Governo" não precisaria nunca de ir ao Jeff Irwin, para comprar mentirolas e aliviar a carga de uma reforma profunda na Administração Pública.
Não precisaria nunca de polvilhar com informação e contra-informação para despistar perdigueiro a opinião pública sobre a matéria.
Porque a "reforma" - se feita coerentemente - é um imperativo político que todos reconhecem.

Patranhas e meias-verdades, só se for para camuflar a tibieza e a incapacidade - históricas - de governos fazerem o que lhes é devido.
...Que continuam.

E esta é que é a verdade.

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