07/10/06

As bestas e os bestiais



Casa onde não há pão, blá blá blá e ninguém tem razão.
Daí a senda exterminadora do Governo.
Mata aqui, fecha ali, abate aquele e encerra o outro.

Desde o travesti do "défice estimado" de 6,83% (ainda alguém se lembra?) que se percebeu que havia que apertar muito mais o cinto.
Tendo nós um Governo tão inventivo, jamais imporia a si mesmo o espartilho do rigor financeiro que invertesse o crónico e vergonhoso despesismo que grassa no Estado; mais depressa se empenharia em compor uma miríade de culpados a que imputaria o esforço de o corrigir.
E assim foi, tal e qual.

Entendamo-nos que (fora o deficiente conceito de que o Estado não pode ter "prejuízos" com serviços - como se devesse ou pudesse ter neles "lucros") a poupança é sempre bem-vinda. Como a contenção, a racionalização, a restruturação, ou outra banalidade administrativa demagogico-ontológica destas.

Por isso, e num entendimento muito genérico, interessa pelo menos conhecer a base do conceito de fechar serviços como maternidades, urgências e serviços de atendimento nos Centros de Saúde, prisões, esquadras, escolas, tribunais (ainda que referi-lo agora agora seja "prematuro"), ou "fundir" municípios e freguesias, entendido como acto de melhor gestão...


Mais me chateia o fariseísmo de alguns cromos que aí andam.

Porque me lembro da história de um tipo chamado Dias Loureiro, à data Ministro da Administração Interna de Cavaco Silva, e da tourada (sim, com chocas e tudo...) que foi armada pela ideia de "poupar", "conter", "racionalizar", "restruturar" o esquema de distribuição de esquadras, pretendendo-se dar origem às então chamadas Super Esquadras!
...Uma "inaceitável revolução" - que se limitava às grandes urbes do País! - violadora das expectativas dos cidadãos e demolidora da segurança psicológica experimentada por portugueses inocentes que não mereciam tal agressão.


À data, os (agora) famosos pensadores da finança pública, não estiveram com meias medidas nem contemplações académicas e enxertaram forte no homem - que já ia moribundo quando pretenderam matá-lo com aquela (outra) tourada do buzinão da Ponte.

É a diferença entre estar em Graça e ser engraçado.
(Leia-se: ser levado ao colo ou estar sem recurso sob os perigosos holofotes dos bem-pensantes.)

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