Lá acabou a greve de professores.
E, tirando a mostra clara ao País de que há gente que não está disposta a que brinquem com a sua profissão, lá tivemos as macacadas usuais.
...Como o esgrimir de números de adesão.
Tanto no primeiro dia, como no segundo, tanto tivemos os sindicatos a falar de "um bom dia de greve" (como o "napalm pela manhã" do Robert Duvall no Apocalypse Now), como tivemos o Ministério da Educação a fazer cálculos estalinistas, jogando os dados que lhe apeteceu para dar os resultados que desejou.
Sei que fiz greve terça-feira (não quarta, que não sou rico e não me interessa pagar sozinho o défice da Nação), que tive razão para isso e que o farei de novo.
(Já o dissera tal e qual em Junho e os ares não aclararam...)
Tudo o resto é paisagem.
Como aquele momento lindo ao fim do dia de terça, em que o Primeiro-Ministro chamou a si a comunicação, e aos pés do Parlamento re-explicou aos jornalistas o estado da Educação.
Como as suas visões são nobres, dignas, certas e modernas, e como a greve de profs era fútil engrenagem.
Dizia com a voz embargada que era "para bem das crianças"... Que havia que pensar nelas ao destratar professores.
Só que nos feios dias que correm, a pedofilia está "out".
Por étimos, pedo-filia: a amizade pelas infantis criaturas... O desvelo no seu servir.
Por isso o solícito gesto se atolou no mau gosto, artifício demagógico, repetidas frases feitas que não ganham espessura, sendo uma bola bombada chutada para fora do estádio.
E a paisagem é isto.
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