20/10/06

Diz o rôto...

Continuam, até ver, as "negociações" entre sindicatos de professores e a tutela, sobre a Proposta de Altreção ao ECD.
Rumo a um equilibrado entendimento, através de um diálogo franco, aberto e construtivo...

Símbolo vivo desse espírito ecuménico é o senhor Secretário de Estado Adjunto da Educação - alta referência do Estado no que toca ao tino e à clarividência.
Desta volta, parece que (quase) ia perdendo o chá na ronda de "negociações".
Terá
dito que "os sindicatos ou querem parar de tentar afogar o barco, com o risco de serem os primeiros a afogar-se, ou querem conduzi-lo [...] a bom porto" (mais coisa menos coisa...).

Não se percebeu bem se tal foi uma ameaça, um aviso, uma constação, uma dúvida formulada, ou apenas uma bacorada sem trela que fugiu por uma boca aberta.

Este rôto, parece insistir na confusão entre "negociação", "discussão" e "contestação". E insiste em massacrar (em nome do Ministério que integra) os nus, com as suas intrincadas sentenças.

É que como "negociação" nunca chegou a haver porque não foi verdadeiramente facultada pelo ME, a "discussão" tomou-lhe o lugar. E numa "discussão" ganha quem tem a voz mais grossa. É básico mas é assim.
E daí à "contestação" vai um passo.

Se o Ministério da Educação tem do seu lado a tentativa de aterrorizar com a ameaça das faltas por greve e inspecções saloias às escolas nesses dias, a conivência de alguns órgãos de gestão que dissuadem da "contestação", acesso privilegiado aos media para a sua (suposta) lavagem de roupa suja, publicação de propaganda e manipulação de resultados de adesão à greve, se tem o apoio de uma mole de débeis delirantes por se ter descoberto afinal que o cancro da Educação estava na docência, se tem em última análise (e em tese) a faca e o queijo para alterar as regras do jogo a seu belo prazer, o que têm os professores? (...Admitamos que se confundem sindicatos som "os professores"!)

Têm a força de estarem no terreno e a possibilidade de a demonstrar, "contestando"!
Têm o dever de a exercer - ou então admitir que estão errados.

Diz o rôto ao nu: «deixa-te disso, de seres machão, de andar para aí a mostrar os pelos do peito em vez de "negociar" com termos».

Só que este rôto já não convence ninguém. Começou o mal e já não pode (?) pará-lo.
Cabe-lhe se tiver vergonha (a última das virtudes) calar-se, levar o seu andor até ao fim e ver o que daí ganha.

(...Isso, e explicar ao pessoal aquela coisa que nunca tinha ouvido de "afogar o barco".)

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