01/11/06

Robin Hood travestido

Robin Hood era um tipo estranho. (Não estive lá para ver, mas meu Deus!, tanto que se aprende nos filmes!...)

Havia quem nele visse um revolucionário, havia quem o considerasse um arruaceiro.
Havia quem o c
hamasse eremita, havia quem o chamasse misófobo.
Vivia acantonado no meio do arvoredo na companhia dos seus merry men, com quem esgrimia suado, recebendo orientação espiritual de um frade bebedolas; chegaram a chamá-lo misógino.

Só saía da toca para abichar mantimento, chagar a cabeça ao Poder e distibuir pela gleba o produto da sua rapina.

Galhardo, generoso e solidário.

Ora, se este é o exemplo moral de consciência social que alguns reclamam para si, haveria que estar à altura.
(O Robinho original podia ter muitos defeitos, mas a duplicidade não era um deles - nunca ninguém o acusou de dar para dois lados.)

Se se tomam medidas como pôr "estádios e edifícios de interesse público" a pagar impostos (de que se pretende o reconhecimento popular pela "coragem" - restava dizer que serão as autarquias a decidir se os cobram e como, pelo que o Governo não suja as impolutas mãozitas), convinha manter a coerência e levar a lógica até às últimas.
É que para a credibilid
ade, não há nada pior que titubear a meio.

Diz um site na net que, naquelas letras miudinhas da proposta de Orçamento de Estado para 2007, consta que, por vontade do Executivo, "a taxa de IMI dos imóveis cujos proprietários tenham sede em paraísos fiscais [passaria] a ser de 1% ou 2%, consoante os casos (Proposta de lei do OE 2007, nas páginas 107 e 116). [Sendo] taxa até agora praticada de 5%".


Quem me manda a mim secundar propaganda da Nova Democracia do sr. Manuel Monteiro? É muita cera a velar um defunto destes!

O que é certo é que como português, como contribuinte, como funcionário público, como professor, como blogueiro empenhado a fazer a minha ínfima parte de denúncia da pouca-vergonha nacional, isto me interessa. E muito. Cada vez mais.

Farto que estou de bandalheiras de anos, de incompetências várias que sou chamado alheia e absurdamente a honrar em muitas qualidades, isto interessa-me. Demasiado para ficar calado.

Porque... quem tem dúvidas de que o sr. Robinho obteria hoje de novo uma maioria absoluta constitucional, democrática, legítima, pacífica, nas urnas?
...O que é uma anomalia!

(Consciente do excesso deste post, deixo um pedido de desculpas ao visado, que não pretendi de forma alguma ofender com as minhas palavras e as minhas comparações. Tantas coisas já se disseram sobre a sua vida, que não quereria ser eu mais um a denegri-la.

A Errol Flynn a minha honesta homenagem.)

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