Está montado o quadro. Resta saber onde isto nos vai levar.
De um lado, "um" PS. (Não todo - e nem sei sequer qual!...).
Do outro, o País.
De um lado, "um" PS. (Não todo - e nem sei sequer qual!...).
Do outro, o País.
Sei que estou a facilitar o discurso. Que a coisa não é bem assim.
Mas sei, como sabe toda a gente, que o que se passa também não é o contrário: um PS no Governo da Nação bem-amado pelo povão (e quando digo "bem-amado" já nem digo com o povo "satisfeitinho", digo solidário com um projecto político que se perceba qual é que não se sinta como cilindro Caterpillar com que se leva em cima porque por azar se é apanhado à frente).
Mas sei, como sabe toda a gente, que o que se passa também não é o contrário: um PS no Governo da Nação bem-amado pelo povão (e quando digo "bem-amado" já nem digo com o povo "satisfeitinho", digo solidário com um projecto político que se perceba qual é que não se sinta como cilindro Caterpillar com que se leva em cima porque por azar se é apanhado à frente).
Só por demagogia - consentida pelos "opinadores" - se pode plantar esse discurso de adesão, união e comunhão do Governo com os portugueses.
Por um lado, o PS cerra-se. Claro! Como não? Não é senão natural.
Desde a votação do líder (com um resultado cubano), reconduzido e relegitimado por um partido grato, à aclamação em congresso (muito útil na forma e irrelevante em conteúdo), tudo é previsível e normal num partido vencedor nas urnas de uma maioria absoluta que não está virado para deitar fora - o(s) interesse(s) é (são) grande(s) em mantê-la.
Desde a votação do líder (com um resultado cubano), reconduzido e relegitimado por um partido grato, à aclamação em congresso (muito útil na forma e irrelevante em conteúdo), tudo é previsível e normal num partido vencedor nas urnas de uma maioria absoluta que não está virado para deitar fora - o(s) interesse(s) é (são) grande(s) em mantê-la.
Não perde a política, a democracia nem a honra do convento com isso.
Mas por outro, há um País. (E repito que sei que estou a simplificar.)
Mas por outro, há um País. (E repito que sei que estou a simplificar.)
Um País de gente que sente que tudo vai estando cada vez mais na mesma, quer na marmelada que se convencionou chamar "Governos da Nação" (cadê a retoma?, cadê os 150.000 empregos?, cadê o controlo das contas do Estado?), quer no sino a rebate aos sacrifícios imprescindíveis e inadiáveis, com remetente e destinatário tão bem conhecidos.
Quando as "sondagens" e os "barómetros" (e olhem que ninguém lhes acha mais piada que eu...) vão dando os resultados que dão, não precisamos de mais provas.
(Barómetro TSF - "
Sócrates cai a pique". "PM perdeu 16 pontos".)(Barómetro TSF - "
(Sondagem Intercampus - "Pelo menos 37,5% dos inquiridos dizem que o país está mal, 32,7% defendem mesmo que está muito mal". "Os mais jovens são os mais críticos. Vinte e dois por cento dos inquiridos acha que o Governo tem agido mal, uma opinião partilhada mais por mulheres do que por homens". )
O desencanto, o pessimismo, a desconfiança em relação à política, às políticas e aos políticos está como sempre.
Com a fatal agravante para quem chega de carregar com a insatisfação acumulada de décadas... (Mas também ninguém vai para a política por obrigação ou sequer às cegas, por isso não tem nenhuma razão para se queixar.)
Já lá vai o tempo em que o fashion engº Sócrates só tinha de aparecer para convencer.
Carinha laroca (?), corpinho de maratonista (?!), fatinho de bom corte (...) e palavras vagas.
Hoje, nem as votantes encantadas, nem os jovens esperançados ou sequer os convencidos eleitorais estão a ver o retorno que esperaram do seu voto.
E a situação arrisca-se a piorar muito.
Se o Governo espera cumprir o calendário da recta de mandato com uma gestão mais ergonómica, pode lá chegar tão estrangulado que não terá outra possibilidade que não o deixar cair a máscara à boca da urna.
Contudo, o País não está a perdoar o comportamento da Ministra da Educação (afinal a sua pega não é só com os professores?...), nem do Ministro das Obras Públicas (mas as SCUTS que passam a pagas não tocam só uns gajos sei lá onde e não trazem mais dinheiro ao Estado?), nem do Ministro da Saúde (afinal as taxas moderadoras não afectam só os mais endinheirados?, e os blocos de maternidade não tocam só umas centenas de interiorizados?), etc.
Se calhar o País não é tão burro como se pensa (e como muitas vezes se comporta!).
Talvez haja um resíduo de sentido comunitário e de atenção ao quadro mais amplo, que os políticos (todos) se recusam a entender.
Bem pode o engº Sócrates fazer os seus balanços à vontade.
Acontecer-lhe-á rigorosa e simplesmente o que tiver de acontecer...
1 comentário:
valeu a pena esperar. parabéns pela análise e pelo discurso.
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